A música tocada ao vivo em muitos momentos ofereceu uma dimensão de envolvência, transformação de atmosferas e diálogo com a acção dos espectáculos. O convite feito a músicos com múltiplos universos resultou na construção de momentos intensos e estimulantes. A criação de música ao vivo ajudou os participantes a contribuir com ideias a partir dos seus telemóveis ou mesmo utilizando instrumentos trazidos de casa. Tocaram flautas das montanhas nepalesas, cantaram canções paquistanesas e trouxeram música da tradição clássica indiana. Em cada ano chegou um músico com a função de juntar um conjunto de intérpretes locais e vindos de fora, para formar uma banda e fazer a direcção musical de cada espectáculo. Em 2021, o músico André Duarte (Júnior) desempenhou esse papel, formando uma banda de música pop oriental com Marc Plannels na cítara, Márcio Pinto na marimba, Pedro Salvador e Pramin Ghatani na guitarra, Rajendra Shiwakoti na percussão, Vitória Faria no acordeão, Rémi Gallet no saxofone e Manpreet Singh na voz. Este agrupamento imprimiu ao espectáculo uma música que soava a música oriental erudita como a cítara de Marc Plannels e no entanto saltava de vez em quando para um som pop ocidental, resultando num som de mistura inesquecível. No espectáculo BOWING BACK, em 2022, Yaw Tembe foi o director musical e a sua banda, Chão Maior, composta por Norberto Lobo na guitarra eléctrica, João Almeida e Yaw Tembe nos trompetes, Ricardo Martins na bateria e Leonor Arnaut na voz, juntou-se a Inderjeet Singh nas tablas, a Pedro Salvador na guitarra, a Lian Whitelegg no baixo, a Muhammad Shoaib na voz e a Rajendra Shiwakoti no djambé. Arriscámos a introdução de sons novos, modos de fazer música diferentes como foi o caso do free jazz no trabalho do Yaw. O Pedro foi residente e acompanhou muitos laboratórios na companhia do Inderjeet e do Rajendra. Encontrámos, no seio das comunidades asiáticas, músicos e vocalistas que integraram aquelas que foram as Bandas BOWING.