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Sathiya Krishnamurti

Sathiya é a única pessoa que conhecemos que vive aqui e é uma migrante do sul da Índia. A sua cultura e língua são muito diferentes das dos outros migrantes indianos que habitam esta região. Sathiya tem muitos skills, incluindo culinária, e por isso, a convidamos para participar no primeiro espectáculo e cozinhar Dosas para o público. Esta foi a sua introdução:

"O meu nome é Sathiya e hoje à noite, cozinhei Dosas e Sambar para todos, como a minha mãe costumava fazer para mim. Dosas são panquecas finas feitas de massa fermentada e arroz. Elas vêm do sul da Índia, e eu também sou do sul da Índia. Foi apenas quando me mudei para outro país que percebi como as dosas são populares em todo o mundo. Historiadores dizem que as dosas já eram preparadas há 600 anos. Para fazer uma dosa, precisamos de arroz e black gram dal, que se deixa de molho durante a noite. Em seguida, faz-se a massa deixando a fermentar também por uma noite. Pode levar duas noites, dependendo do clima. Depois, há o Sambar. Sambar vem da palavra Chambaram em Tamil, a minha língua. É uma sopa com lentilhas, vegetais, tamarindo, a planta asafoetida e pó de masala de sambar. A sua origem remonta ao século XVII, com diferentes maneiras de fazer sambar em diferentes regiões. A minha mãe costumava fazer dosas e sambar 3 ou 4 vezes por semana quando eu era criança. Nós discutíamos com ela por ela cozinhar sempre o mesmo. Eu achava que era fácil de fazer, mas a minha mãe explicava-nos que, quando era criança, não havia moedor e tudo era feito à mão. Havia 15 pessoas na família, todas usando as mãos para fazer a massa. Era muito trabalho. Nessa altura, só se fazia dosas duas vezes por ano, para o festival de Diwali e o festival de Pongal. Depois de dar à luz a minha filha, muitas vezes cozinho para ela porque é muito nutritivo. E hoje à noite eu fiz para de novo para todos provarem."

Fotografias de: Pavel Tavares

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