Em Sânscrito, mandala significa "círculo", representando a ligação entre a humanidade e o cosmos. Em certas regiões da Índia há mandalas de cal sobre terra batida, à frente das portas de entrada. Naima, Saima, Gursanj, Laxmi e outras raparigas reproduziam intricadas mandalas de henna nas mãos umas das outras. Pintavam-se e pintavam-nos com igual empenho. Nas escolas experimentámos desenhar mandalas nos cadernos, com padrões que se cruzariam entre o Oriente e o Ocidente. As raparigas do grupo acreditavam que todas as mandalas já criadas seriam sempre melhores, mais equilibradas e harmoniosas do que qualquer outra que desenhassem de raiz. Muitos alunos preferiam copiar desenhos, coreografias e ideias em vez de desenvolver criações originais, o que nos deu um relance sobre a estética e relação com as práticas criativas dos seus países de origem. No primeiro espectáculo, o grupo reunia-se à volta da fonte de São Teotónio e interpretava mudras, gestos meditativos do Oriente. Visto de cima, era uma mandala que se desdobrava e transformava em outras. Nesse espectáculo havia também o Hospitality Square, onde foi apresentado o texto "Instruções para Atravessar o Estrangeiro", num cruzamento de três ruas. A artista visual Hannah Karen Black, ao ouvir falar do projecto BOWING ofereceu-se para pintar uma enorme mandala com giz nesse espaço, criando um padrão entre uma flor oriental e uma bússola ocidental.