Max é nepalês e vive em Boavista dos Pinheiros, ao lado de estufas e terrenos cultivados. Conhecemo-nos no parque de estacionamento do Aldi. Ele tinha ido às compras e perguntou porque é que um grupo de homens nepaleses estava a entrar no carro da Matilde. Ela explicou o projecto e Max foi também dentro do carro, com dois sacos de compras. Depois dessa noite regressou muitas vezes. Acompanhou o segundo ano a aprender português rapidamente e depois partiu para o Nepal. Quando voltou, passados vários meses, vinha casado. A sua mulher ainda espera poder viajar para Portugal, enquanto ele prepara a casa e a vida para a receber. Houve grandes momentos de cumplicidade com Max, dentro da sua casa, do nosso carro, ao longo das sessões. Fomos falando cada vez mais português, para lá do "bom dia" e "boa tarde", tentando responder a perguntas como "qual é o sentido da vida?", "o que é real?", "para onde vamos?". Max dizia sempre: "em frente!"