Uma das nossas práticas foi convidar artistas e profissionais de várias áreas para desenvolverem laboratórios com os participantes. Desde o clown, a arquitectura, a arte do movimento Tenchi Tessen e aulas de língua portuguesa, os jovens e adultos do projecto foram experimentando muitas práticas até então desconhecidas para eles. Apesar de serem comuns os convites a artistas em projectos desta natureza, quisemos fazer das visitas um acontecimento regular. A partir do segundo ano propusemos aos convidados que integrassem nas sessões a aprendizagem da língua portuguesa através das suas práticas artísticas, descobrindo assim outros métodos para o ensino da língua. A passagem de novas pessoas assegurava uma frescura e mantinha o interesse dos participantes num lugar vivo e curioso. O projecto foi enriquecido por especialistas nos domínios do canto, da música, da expressão plástica, entre outros, oferecendo métodos de criação, linguagens artísticas e ferramentas de comunicação que iam para além dos nossos conhecimentos. A visita destes artistas e professores foi também muito valiosa para a própria equipa, onde pudemos observar pessoas exteriores ao projecto interagir com grupos que já conhecíamos bem, partilhando as suas abordagens e perspectivas sobre cada momento. Para além de convidarmos artistas a visitar o projecto, convidámos também participantes a ver espectáculos de artistas que passavam pela região de Odemira, oferecendo os bilhetes dos eventos programados pela Lavrar o Mar. Dessa forma, os jovens e adultos assistiram a concertos, peças de dança e teatro e espectáculos de novo circo. No caso da dupla de clowns Bibeu et Humphrey, os artistas desenvolveram um laboratório com os alunos que foram, no mesmo dia, ver o seu espectáculo. A relação dos participantes com as artes performativas foi evoluindo também através destes momentos, despertando interesses que até hoje se mantêm.