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Cruzamento de Línguagens Artísticas

Uma dança não é apenas uma dança, pode ser imagem, poema, peça de música, um vídeo, uma colagem, um desenho. O pensamento artístico e criativo percorre infinitas linguagens, manifesta-se através de formas e meios que não têm fim. Não abordamos as linguagens artísticas separadas umas das outras, em vez disso perguntamo-nos como pode o mesmo tema, a mesma ideia, manifestar-se através da dança, da música, da palavra. Tentamos escavar, explorar os assuntos até ao limite a partir do maior número possível de perspectivas. Por vezes não conseguimos e embatemos em muros. As sessões servem-se de diferentes linguagens e muitas vezes viajam espontaneamente através delas, onde a solução para um problema de música pode estar numa fotografia, ou a palavra que falta a um texto é encontrada num movimento do corpo. Este método cria um pensamento integrado, inteiro, ligado ao seu contexto e que não tem fronteiras fixas ou definidas. Tudo ganha múltiplas camadas e interpretações, não conseguimos separar as actividades ou exercícios por linguagens. Nada pertence exclusivamente ao movimento ou ao pensamento: a fotografia de uma paisagem, por exemplo, dá origem a uma ficção, que por sua vez inspira um exercício sobre paisagens interiores, que está no início de uma dança-retrato sobre a personalidade de cada participante. Nesse sentido, o BOWING é como uma escola sem disciplinas, que opera por temas, objectos, emoções, vivências que por sua vez estão na origem da criação dos espectáculos. Estes espectáculos também não são de dança, ou música, ou teatro, mas algo que une todas essas linguagens, um lugar onde elas se perdem e fundem para criar outra coisa.